sábado, 24 de outubro de 2009

Extremo da tristeza

Adormeço rindo num choro, em noites acordadoPor minutos serem, temo as horas, enlouqueço!Tempo em que me alegro e entristeço…E ao desatar-me da Tristeza, mais fico atado.Dou voz ao grito que me sai caladoNo mundo giro, ficando quieto… esmoreço!De tudo quero, não querendo por ter um preço,Procuro ser, sem sendo… descontraio, contrariado.Levanto voo nas asas de um tombo agastadoDe tudo confio, desconfiado me aborreço,Interrogo-me aos céus; será que mereço?Ou será este o meu inferno, pelos erros do passado?Coabito com o meu bem, e mal passadoSoluçando agora no meu mal presente,Rogando a Deus viver um futuro decente,E que não me deixe morrer em tal estado!Deste meu fero viver, me quero apartadoPor na eloquente loucura, viver descontente…Que me venha a sepultura, mesmo por acidente!Pois seria todo o meu fado enterrado.Pois na minha extinção já quase estouDas poucas forças que tenho, não ajo, não grito,Tais são os extremos, em que triste me sinto,E por aqui fico rendido a ser aquilo que souO perscrutar do amanha, mata-me o pensamento,Esgaçando a vida, me faz retalhar a memóriaNesta guerra de sobrevivência sem glória…Morrendo mesmo com vida, por ser sempre um tormento!

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